A manifestação cultural é, sem dúvida, a voz social, uma maneira do ser humano expor seu interior, o que pensa, o que deseja fazer, mover, ou modificar, numa busca incessante pelo novo e em prol da vida. Várias são as formas de se expressar, na telona, na TV, na literatura, na música, na dança e em outras muitas performances.
O que se observa atualmente é que a manifestação popular tem conquistado espaço na mídia, o que não acontecia antigamente, devido à influência da classe alta. A cultura "do morro e da favela" ganhou as ruas e o Brasil com o funk, grupos de teatros, novos cantores românticos e até bailarinos.
O Grupo Cultural Afro-Reggae é um exemplo vivo de que a arte derruba barreiras e possibilita a realização de sonhos.
Nascido na favela de Vigário Geral, o Grupo Cultural AfroReggae é exemplo de sucesso no uso da música em prol de uma causa nobre. Ao oferecer uma formação cultural e artística para jovens moradores de comunidades, o projeto os ensina a construir cidadania e a escapar do caminho das drogas e do desemprego.
Apesar de lidar com diferentes atividades, por meio de oficinas, a música é considerada o melhor instrumento para atrair os jovens à participação. Além de um grupo de sucesso, a Banda AfroReggae pode ser vista, hoje, como um modelo de projeto social. Por essa razão, mais três grupos musicais já estão se formando em Vigário Geral: Banda Makala Música e Dança, Afro Lata e Afro Samba.
Coordenador de percussão do Grupo Cultural AfroReggae e percussionista da Banda AfroReggae, Altair Martins vê na música uma forma de quebrar barreiras.
“A música é universal, dispensa idiomas. Não só no Brasil, mas no mundo todo, ela aproxima classes sociais totalmente diferentes e acaba com problemas de comunicação e relacionamento.”
Para Altair, a música é responsável por criar oportunidades e elevar a auto-estima de jovens e crianças.
“A música é o instrumento de agregação e transformação de quadros críticos da sociedade”.
E, investir no potencial artístico de jovens, levando educação, arte e cultura a lugares marcados pela violência é uma forma de criar oportunidades para aqueles que sofrem com o preconceito e a discriminação.
Outro artista que também surgiu na comunidade e está ganhando o Brasil é o cantor romântico CHARLYS DA ROCINHA. Ele começou a cantar aos 18 e se inspira em Roberto Carlos.
CHARLYS DA ROCINHA já vendeu mais CD’s que Roberto Carlos na favela da Rocinha, Zona Sul do Rio, onde mora. O seu CD já bateu a marca de 300 mil cópias vendidas e sua música está em primeiro lugar em vários estados do país. Tanto é que em 2006 realizou 275 shows entre a cidade de São Paulo e os estados do Maranhão, Piauí e Tocantins.
Agora CHARLYS DA ROCINHA vem com DEZ MOTIVOS, seu mais recente trabalho, quarto cd no estilo forró, cuja música de trabalho, também chamada Dez Motivos, já vem sendo tocada em várias rádios por todo o país, principalmente no norte e nordeste, onde ocupa os primeiros lugares em execução.
Se de um lado a música desce o morro e invade o país, de outro a TV continua ditando a moda. Através dos personagens das famosas novelas, a indústria da confecção tem altos e baixos em suas vendas.
Hoje, no âmbito geral, pode-se considerar que a chamada “classe baixa” está ganhando espaço na divulgação de sua arte em diversos segmentos culturais. É difícil prever o futuro de cada manifestação, em razão de que cultura se manifesta a cada momento, em cada classe social, seja em uma música, em uma coreografia, numa peça teatral, num poema... Enfim, o futuro da cultura é o presente, e o presente se faz a cada momento.
Stéphanie Alves
aluna da oficina de teatro da Cia. Tumulto
stephanieealves@hotmail.com
Visite os sites:
http://www.afroreggae.com.br/
http://www.flogao.com/charlysdarocinha
Um comentário:
Adorei o texto, mostra bastante pesquisa e conhecimento sobre a questão social ... muito bom!!! Espero ver outros pois esses assuntos levantam ótimas questões de debates sociais ..
Beijos
Jo Cardozo
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