Por Paula Sabbag

Segundo ela, é de grande importância que o artista não banalize o movimento, que não esconda a emoção que sente; o ator deve entrar em cena conhecendo o personagem, seu histórico e nunca fazer nada pela metade.
Além do aquecimento, no qual experimentamos diferentes andares, ritmos, planos corporais e máscaras faciais, “brincamos” com o teatro através de dois outros exercícios. Primeiro foram se sentando dois a dois no palco. A eles eram impostos dois personagens – opostos – para que improvisassem uma cena curta com início, meio e fim, na qual estivessem conversando. Exemplos: milho e manteiga; azeite e vinagre; bêbado e mendigo; louco e criança; freira e gay; terra e água; o bem e o mal; freira e bêbado; Rei e puta; puta e padre; pulga e piolho; policial e bandido, entre outros.
Posteriormente, cada pessoa deveria subir no palco e definir um personagem através de apenas um movimento. Depois que todos fizeram, voltou-se ao primeiro que deveria acrescentar ao personagem o seu objetivo. Após o último, reiniciou-se o ciclo, desta vez, fazendo o personagem, o objetivo e uma conclusão.
Mais que uma troca, esta oficina foi uma manhã de diversão e reflexão sobre o trabalho do ator. Rimos muito, inclusive com nossos próprios erros, dos quais geralmente temos medo e vergonha. Mas como Malu já quebrou o gelo no início da oficina dizendo que o ator é despudorado, não tem vergonha e nem medo de errar, todos se liberaram e “abriram os ouvidos” para descobrir coisas novas e importantes sobre o outro, o teatro e, sobretudo, sobre si mesmo.
Ao final da manhã, os agradecimentos e ficamos realmente muito felizes com esta oportunidade, com este delicioso trabalho realizado e pela riqueza da “troca”. Malu acrescenta a todos sua satisfação, já que todos demonstraram generosidade em trocar conhecimentos, disponibilidade para aprender e absorver o máximo que pudesse, enfim, pelo interesse e compenetração geral que tornaram este dia tão importante para os nossos caminhos.
Com tudo isso, só nos resta comemorar! Comemorar as oficinas, os parceiros, os mestres que trocam conosco a sua arte, comemorar a nossa participação em todos esses eventos que tornam a nossa vida um pouquinho mais rica a cada encontro. Comemorar cada semana que podemos crescer um pouco mais, ganhando um pouco mais e assim, podemos doar sempre mais. “Mais” é uma palavra do bem, que reflete este dia que se passou. Podemos sempre mais e por isso não ficamos quietos.