Nós Somos

A Cia. de Teatro Tumulto, formada por atores da Cidade de Deus e de outras comunidades do Rio de Janeiro está ligada diretamente à CUFA , sob direção geral de Anderson Quak e Liz Oliveira.
Tem como objetivo primordial ofertar novas telas e óticas para o teatro brasileiro. Reforçar os laços de cultura com a população de acesso restrito. Como lema, os atores adotaram a máxima:
Tumultuar. Contrariar o óbvio. Impressionar. Desconcertar. Mexer com quem está quieto.”
São produções de qualidade, propostas inovadoras, num teatro comunitário ousado e uma arte comprometida com as questões do homem contemporâneo.
O núcleo de dramaturgia se prolifera a cada movimento distinto em classes especializadas para jovens e crianças.
Promove o intercâmbio cultural, por meio de mesas de relacionamentos, debates, encontros artísticos e governamentais, e marca sua presença na inserção sócio-cultural.
Conquistou o apoio cultural de representantes do teatro brasileiro, como Lázaro Ramos, Maria Padilha, Babu Santana, Mariana Ximenes, Guida Viana, Thais Araújo, Tereza Gonzalez e muitos outros tumultuadores.
A inserção de parcerias, apoios e patrocínios, por partes privadas ou governamentais, contribuirão para a expansão e profissionalização teatral, com efeito multiplicador comunitário.
Mundo afora, a Cia de Teatro Tumulto recebe o apoio da Secretaria da Cultura do Governo do Estado.

Capítulos Artísticos

· Prazer em Família

· Paranóia Carioca
· Carroça da História
· Paparutas
. Navio Negreiro
· A Nóia da Paranóia
· Papo Calcinha

. Burgues da Lata

segunda-feira, setembro 17, 2007

Oficina de Formação do Ator – com a professora convidada Malu Cotrim

Oficina de Formação do Ator – com a professora convidada Malu Cotrim
Por Paula Sabbag

Malu Cotrim é ex-bailarina do Teatro Municipal do Rio de Janeiro; coreógrafa; atriz e diretora de teatro e fez em maio de 2007, 35 anos de profissão artística. Atua no Teatro Tablado, no grupo Afro-reggae, na comunidade de Vigário geral, e agora é uma imprescindível colaboradora da Cia.de Teatro Tumulto, na Cufa – Cidade de Deus. Mesmo dirigindo três peças de teatro que irão estrear ainda este ano, Malu conseguiu um tempo para os alunos da Oficina de Formação do Ator oferecida pela Cia. Tumulto. E nesta oficina, deixou claro a importância da “troca” entre os artistas, do olhar de busca, da procura interna de cada um para que se faça um bom trabalho no teatro.

Segundo ela, é de grande importância que o artista não banalize o movimento, que não esconda a emoção que sente; o ator deve entrar em cena conhecendo o personagem, seu histórico e nunca fazer nada pela metade.

Além do aquecimento, no qual experimentamos diferentes andares, ritmos, planos corporais e máscaras faciais, “brincamos” com o teatro através de dois outros exercícios. Primeiro foram se sentando dois a dois no palco. A eles eram impostos dois personagens – opostos – para que improvisassem uma cena curta com início, meio e fim, na qual estivessem conversando. Exemplos: milho e manteiga; azeite e vinagre; bêbado e mendigo; louco e criança; freira e gay; terra e água; o bem e o mal; freira e bêbado; Rei e puta; puta e padre; pulga e piolho; policial e bandido, entre outros.


Posteriormente, cada pessoa deveria subir no palco e definir um personagem através de apenas um movimento. Depois que todos fizeram, voltou-se ao primeiro que deveria acrescentar ao personagem o seu objetivo. Após o último, reiniciou-se o ciclo, desta vez, fazendo o personagem, o objetivo e uma conclusão.


Mais que uma troca, esta oficina foi uma manhã de diversão e reflexão sobre o trabalho do ator. Rimos muito, inclusive com nossos próprios erros, dos quais geralmente temos medo e vergonha. Mas como Malu já quebrou o gelo no início da oficina dizendo que o ator é despudorado, não tem vergonha e nem medo de errar, todos se liberaram e “abriram os ouvidos” para descobrir coisas novas e importantes sobre o outro, o teatro e, sobretudo, sobre si mesmo.


Ao final da manhã, os agradecimentos e ficamos realmente muito felizes com esta oportunidade, com este delicioso trabalho realizado e pela riqueza da “troca”. Malu acrescenta a todos sua satisfação, já que todos demonstraram generosidade em trocar conhecimentos, disponibilidade para aprender e absorver o máximo que pudesse, enfim, pelo interesse e compenetração geral que tornaram este dia tão importante para os nossos caminhos.

Com tudo isso, só nos resta comemorar! Comemorar as oficinas, os parceiros, os mestres que trocam conosco a sua arte, comemorar a nossa participação em todos esses eventos que tornam a nossa vida um pouquinho mais rica a cada encontro. Comemorar cada semana que podemos crescer um pouco mais, ganhando um pouco mais e assim, podemos doar sempre mais. “Mais” é uma palavra do bem, que reflete este dia que se passou. Podemos sempre mais e por isso não ficamos quietos.