Nós Somos

A Cia. de Teatro Tumulto, formada por atores da Cidade de Deus e de outras comunidades do Rio de Janeiro está ligada diretamente à CUFA , sob direção geral de Anderson Quak e Liz Oliveira.
Tem como objetivo primordial ofertar novas telas e óticas para o teatro brasileiro. Reforçar os laços de cultura com a população de acesso restrito. Como lema, os atores adotaram a máxima:
Tumultuar. Contrariar o óbvio. Impressionar. Desconcertar. Mexer com quem está quieto.”
São produções de qualidade, propostas inovadoras, num teatro comunitário ousado e uma arte comprometida com as questões do homem contemporâneo.
O núcleo de dramaturgia se prolifera a cada movimento distinto em classes especializadas para jovens e crianças.
Promove o intercâmbio cultural, por meio de mesas de relacionamentos, debates, encontros artísticos e governamentais, e marca sua presença na inserção sócio-cultural.
Conquistou o apoio cultural de representantes do teatro brasileiro, como Lázaro Ramos, Maria Padilha, Babu Santana, Mariana Ximenes, Guida Viana, Thais Araújo, Tereza Gonzalez e muitos outros tumultuadores.
A inserção de parcerias, apoios e patrocínios, por partes privadas ou governamentais, contribuirão para a expansão e profissionalização teatral, com efeito multiplicador comunitário.
Mundo afora, a Cia de Teatro Tumulto recebe o apoio da Secretaria da Cultura do Governo do Estado.

Capítulos Artísticos

· Prazer em Família

· Paranóia Carioca
· Carroça da História
· Paparutas
. Navio Negreiro
· A Nóia da Paranóia
· Papo Calcinha

. Burgues da Lata

quarta-feira, dezembro 24, 2008

TUMULTOLODUM



Na primeira semana de dezembro, após assistir aos espetáculos "Ó paí ó" e "Áfricas", não esperava ver algo tão maravilhoso.

O Bando de Teatro Olodum em sua passagem pelo Rio de Janeiro com a apresentação de várias montagens de seu repertório, bem como a ministração de oficinas para atores, permitiu à Cia. de Teatro Tumulto, aos jovens do Jongo da Serrinha, entre outros, a possibilidade de se aperfeiçoarem ainda mais na arte dramática.

O grupo, que surgiu em 1990, inicialmente vinculado ao bloco-afro de mesmo nome, tem como principal característica a forma clara com a qual procura se comunicar com seu público, seja através das danças, figurinos e adereços ou simplesmente através do texto. O Bando é capaz de nos transportar para o universo que propõe. Com o reconhecido sucesso do filme e do seriado exibido recentemente na televisão, "Ó paí ó" se passa nos arredores do Pelourinho, em Salvador - BA e nos apresenta personagens genuinamente brasileiros com os quais é impossível não se identificar. O elenco, formado por atores e músicos, além de compor muito bem seus personagens (tipicamente baianos em sua maioria), também canta e dança graciosamente as coreografias. As músicas também são um ponto alto do espetáculo.

"Áfricas" foi produzido especificamente para o público infanto-juvenil e retrata de forma lúdica, situações e lendas do continente africano, com espetaculares performances musicais.

Após a paixão à primeira vista pelo grupo, a Cia. de Teatro Tumulto foi agraciada com um convite para participar das oficinas que seriam ministradas pelo Bando.

Na segunda-feira, dia 08.12, no espaço do Grupo Tá na Rua, na Lapa, Zebrinha, coreógrafo do Bando de Teatro Olodum, fez com que os participantes da oficina recebessem um verdadeiro estímulo cultural, ao aprender a homenagear os orixás e a agradecer e aproveitar as energias vindas do próprio solo.

Depois foi a vez de vivenciar momentos nostálgicos ao ativarmos nossas lembranças na oficina de Memória, ministrada por Cássia Valle, atriz do Bando. Balas, paçocas e jujubas, bem como o manuseio de massa de modelar para a criação de objetos vivos em nossas memórias, nos ajudaram a praticamente voltar à infância. A participação de conhecidos integrantes da Cia. dos Comuns, Débora Almeida e Valéria Monã, também foi muito gratificante.

No dia seguinte, ainda com o corpo dolorido em função do vasto aprendizado com Zebrinha, foi a vez de Chica Carelli (autora e diretora de várias peças do repertório do Bando) dar seu recado na oficina de Interpretação. Fomos conduzidos a montar uma história baseada em nossas próprias lembranças e criar um personagem que agisse, falasse, se locomovesse e respirasse de forma totalmente diversa da nossa. Depois separados em grupos, cada um apresentou seu personagem e ao final, montamos uma cena que foi avaliada pelos demais grupos.

A segunda aula com Cássia nos fez pensar a respeito da Identidade, ou seja, o que nós somos, o que não podem nos tomar, a nossa verdadeira cultura. Fechamos o dia de trabalho com cenas que retratavam o tema em estudo.

No último e intenso dia, mais uma vez tivemos aula com Zebrinha. Foi um momento de total superação para a maioria do grupo, pois percebemos que éramos capazes de dançar da mesma forma que tanto admiraramos nos espetáculos. No final do dia, Chica nos guiou para que nos "transformássemos" em animais e depois tentássemos nos comunicar como eles, contando uma história. Num outro momento do exercício, como se os animais soubessem falar, contamos a mesma história com palavras compreensíveis, porém mantendo as características dos animais que nos inspiraram. Dessa forma, tivemos mais uma oportunidade de aperfeiçoar nossos estudos ao lado de profissionais tão gabaritados quanto admiráveis. Fica um verdadeiro gostinho de acarajé, digo de "quero mais".

Thiago Ramos
ator e produtor da Cia. de Teatro Tumulto
thyagoroderich@hotmail.com

segunda-feira, dezembro 08, 2008

Prêmio Hutúz 2008_Carnaval Hutúz



No dia 27 de novembro não havia mais espaço para tanta alegria, energia e foliões felizes no palco do Canecão.

A TUMULTO, saída do telão para o palco do Canecão (até rimou) fez a abertura do Prêmio Hutúz 2008_Carnaval Hutúz junto com o grupo Maracutaia, e sacudiu com força total a platéia que lotava o Canecão.

Interessante foram alguns artistas se reconhecerem no vídeo através das caracterizações feitas pelos atores da Tumulto, além de Ivo Meirelles representado pelo ator Leandro Santos, estavam presentes na platéia e no vídeo, Quitéria Chagas e Selminha Sorriso, representadas respectivamente por mim, Lutieni Galiza e a atriz Dilene Prado.
Só faltou o Neguinho da Beija-Flor, que estava representado pelo ator Thinnyn Magalhães.

A noite de premiação foi marcada por muita expectativa e alegria por parte da platéia e dos indicados ao Prêmio Hutúz 2008, que tinha os atores da Cia Tumulto, Paulo Hasta e Cacau Amaral também entre eles, nas categorias DEMO MASCULINO e HIP HOP CIÊNCIA E CONHECIMENTO.

Dentre tudo que vi, um dos pontos altos foi quando MV Bill, quem anunciou os indicados e entregou o prêmio de Melhor Vídeo Clipe, mandou o papo reto para a MULTISHOW, uma das promotoras do evento, a respeito da exibição dos vídeos clipes de hip hop nacionais em seu canal, considerando que os clipes exibidos no Hutúz foram muito bem produzidos e que houve uma melhora fabulosa na qualidade deles de 2 anos pra cá, segundo avaliação do próprio Bill. Então qual era a desculpa para a MULTISHOW não exibi-los?
Se liga MULTISHOW!!!

Outro momento alto foi da fala de Tony Tornado, grande ator e cantor negro, de que o Prêmio Hutúz o fez lembrar de sua conquista no V Festival Internacional da Canção, com a música "BR-3".

E fechando com chave de ouro, a bateria da Portela levou o Canecão à loucura com muito samba e lindas passistas misturadas aos manos e às minas no palco quebrando as cadeiras e sambando tudo!!!

Agora é esperar pelo ano de 2009, quando o Hutúz fecha o seu ciclo de 10 anos, após dar visibilidade e mostrar o poder que há na cultura Hip Hop para que esta mantendo-se forte, lance novos talentos e premie novos nomes através de novos eventos pelo Brasil.


Por Lutieni Galiza
atriz da Cia de Teatro Tumulto
lutieni@yahoo.com.br
TUMULTO NO SESC



Durante os dias 20, 21, 22 e 23 de novembro, Anderson Quak, Andréa Gomes, Liz Oliveira, Juliana Moraes, Thiago Ramos, Viviane Paranhos, Cacau Amaral, André Santana, Ana Paula Borges, Leandro Santos e Ceição Valladares, integrantes da Cia. de Teatro Tumulto, participaram da oficina do Grupo Estado Dramático oriundo da BAHIA, realizada no SESC da Barra da Tijuca.


O primeiro dia já mostrou exatamente o que estava por vir. O aprendizado no dia em que comemoramos a Consciência Negra, foi de extrema importância para todos os atores.

O intercâmbio promovido pelo projeto do Palco Giratório foi composto pelo conhecimento do Grupo Estado Dramático e da Cia. Tumulto e foram fundamentais para a proposta que viria a seguir. No mesmo dia, à noite, Maurício Assunção apresentou o monólogo "Casa de Ferro", em que exibiu ampla desenvoltura corporal e pontuou o espetáculo com detalhes cênicos, os quais havia comentado durante toda a tarde.

Exercícios de respiração e expressão corporal foram sendo conduzidos de forma a montar um espetáculo para a conclusão da oficina.
As sensações extraídas das cores deram o tom do penúltimo dia de oficina.
Através de simbolismos e com o desenvolvimento de frases que expressavam os sentimentos dos representantes de cada cor, o trabalho de finalização do intercâmbio, apresentado no último dia (domingo), foi aperfeiçoado de tal forma que o transformou em um espetáculo difícil de ser esquecido.

A força e a sensibilidade demonstradas pelos
atores, tanto na execução da montagem bem como durante a preparação da cena, foram essenciais para a apresentação de um belo espetáculo, onde foram notáveis as características básicas da Cia. Tumulto e onde percebeu-se a fácil e total assimilação pelo público presente na Praça Tim Maia no Recreio dos Bandeirantes.


O cenário natural com a praia ao fundo, parecia escolhido a dedo para um encaixe perfeito entre a peça, seus personagens, cores e a platéia, formada principalmente por banhistas de um dia nublado e amigos da Cia. Tumulto.
Viva a diversidade de cores/raças!

Thiago Ramos
ator e produtor - Cia. de Teatro Tumulto
thyagoroderich@hotmail.com

"Fórum Livre de Direito Autoral - O Domínio do Comum"


ECO/UFRJ sedia em dezembro o Fórum Livre de Direito Autoral


A Escola de Comunicação da UFRJ promoverá, nos dias 15, 16 e 17 de dezembro, o "Fórum Livre de Direito Autoral - O Domínio do Comum", em parceria com o Ministério da Cultura (MinC) e Rede Universidade Nômade.

O Fórum se propõe a ampliar as discussões sobre os impasses da atual legislação de propriedade intelectual, buscando compatibilizar a proteção legal dos direitos com o acesso a cultura, num cenário de mudanças sociais e tecnológicas que subverte as relações tradicionais com o direito autoral. Inscrições estão abertas pelo site do evento: http://forumdireito autoral.pontaoda eco.org/

Participam do Fórum alguns dos maiores especialistas nas mutações do capitalismo contemporâneo, como o italiano Antonio Negri e o norte-americano Michael Hardt, autores de "Império" e "Multidão". O tema dos "commons" e as mutações na propriedade intelectual no Capitalismo Cognitivo atravessam os debates.

A Cultura do compartilhamento e da cópia, o uso educacional e não-comercial de filmes, livros e música, o direito de acesso aos bens culturais, a criminalização dos consumidores, as novas formas de negócios "abertos", o domínio público, as novas formas de licenciamento e de remuneração do autor e os impasses e desafios para criadores, produtores e consumidores de cultura e seus agentes serão debatidos por teóricos, professores universitários, advogados, líderes de movimentos sociais e empresários, estudantes de Comunicação, Direito, Economia, criadores, etc.Em virtude das mudanças sociais, do avanço tecnológico e do conseqüente surgimento de novos arranjos de produção e distribuição de cultura, a questão do direito autoral mobiliza não apenas os profissionais do Direito, mas múltiplos segmentos da sociedade. O próprio Ministério da Cultura vem promovendo, ao longo do segundo semestre de 2008, dentro do Fórum Nacional de Direito Autoral, seminários de discussão do tema. O Fórum Livre terá a participação do Ministro da Justiça, Tarso Genro; do Secretário de Políticas Públicas do Minc, Célio Turino; e do Coordenador Geral do Direito Autoral do Minc, Marcos Alves de Souza.

O Fórum propõe ampliar os questionamentos políticos, sociais e éticos, oferecendo mecanismos de produção e possibilidades de políticas públicas e de arranjo legal que democratizem o acesso à cultura, sem prejuízo aos produtores e empresários desses setores. Pretende-se também mobilizar estudantes, professores, advogados, profissionais da Comunicação, ativistas e produtores culturais em torno das mudanças urgentes e inadiáveis na relação entre os poderes público e privado e o setor dos direitos autorais.

O Fórum Livre dos Direitos Autorais tem o formato de Seminário, com a realização de oito mesas, abertas ao público, com transmissão on-line.

Ao final do Fórum, as propostas discutidas ao longo de três dias serão encaminhadas para o Ministério da Cultura em carta aberta da sociedade civil propondo mudanças na lei.


Inscreva-se clicando aqui (os participantes terão certificado) e confira a programação completa clicando aqui.

Fórum Livre do Direito Autoral – O Domínio do Comum

Dias 15, 16 e 17 de dezembro de 2008 – Rio de Janeiro
Local: Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ (Auditório Pedro Calmon) – campus Praia Vermelha
Av. Pasteur, 250. Praia Vermelha. Tel. 21 3873-5067
Site: http://forumdireito autoral.pontaoda eco.org/
Realização: Ministério da Cultura (MinC)
Organização: Escola de Comunicação da UFRJ e Rede Universidade Nômade
Apoio: Pontão de Cultura Digital da ECO/Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ
Mais informações:

Pontão de Cultura Digital da ECO UFRJ: pontao.eco@gmail.com

Assessoria de Imprensa da ECO/UFRJ: Elizabete Cerqueira: ecoufrj@uol. com.br

segunda-feira, dezembro 01, 2008

RIO: O TAMBOR CULTURAL QUE NÃO FAZ BARULHO, TERRITÓRIO ONDE A "SEGURANÇA" MATA ATÉ ARTE



Que tambor é este que não toca e não embala o bloco da preservação e recuperação do seu patrimônio cultural?

Que tambor é este que não embala com mais força e mais investimentos públicos os movimentos culturais periféricos que vêm assumindo a tarefa de construir identidades e atuar de maneira positiva na inclusão produtiva de jovens daqueles territórios marcados pela violên
cia?

Que tambor é este que não toca a marcha fúnebre, quando a polícia e o seu mais novo brinquedo - o "Caveirão Voador" - invade (na última sexta-feira) a comunidade da Serrinha em Madureira para realizar operações e destrói
a Escola de Jongo do Grupo Cultural Jongo da Serrinha, de acordo com informações da coordenadora executiva do grupo Dyonne Boy?

A polícia matar gente tem sido algo que a população carioca as
siste com passividade. Há até setores da sociedade carioca que aplaudem esta lógica de combate ao crime e, dão forma à massa "crítica" que na realidade é o estrato da mediocridade sócio-política da cidade que sustenta no inconsciente a idéia de que é politicamente correta.

Parece que ceifar vidas, desrespeitar os direitos humanos e transgredir direitos d
os estratos empobrecidos, pretos ou quase pretos da cidade, já não é tão inovador para a política de segurança em nosso Estado. A nova modalidade de execução agora é eliminar, com o aparato repressor, tradições culturais, pois destruir um espaço de preservação da memória afro-brasileira, de preservação da cultura do jongo, que atua na Serrinha como ferramenta pedagógica de educação e desenvolvimento integral de crianças, adolescentes e jovens é a demonstração de que esta nossa polícia é capaz de matar qualquer coisa que vê pela frente.

Pena que não confiaram naquele coronel (denunciado pelo Comissariado de Direitos Humanos das Nações Unidas), que atou na guerra do Complexo
do Alemão, e que disse que o remédio para a dengue era a polícia. Bom, se eles conseguem investir para matar um patrimônio imaterial, matar mosquito com armas de fogo fica parecendo coisa fácil.

Este tambor não toca mais, pois resistiu à voz de prisão em outros tempos como na ditadura militar, mas foi assinado com um tiro de fuzil. Que seja lavrado o auto de resistência, uma tradição de cultura popular resistiu e levou uma saraivada de tiros.

Alô artistas, produtores e agentes culturais, estejamos atentos, assim vamos saber melhor redigir a mensagem da coroa de flores da próxima arte e/ou linguagem que o nosso medo vai enterrar.





JUNIOR P
ERIM
Coordenador Executivo da ONG Crescer e Viver
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(21) 8669-1830